A primeira vez que ouvi a palavra kitsch, foi da boca de um
ex namorado, quando uma loja próxima à minha casa foi pintada da cor
amarelo-ovo. Imaginem uma construção imensa pintada de amarelão, num bairro
iminentemente industrial e, portanto, cinza! Aí ele (o tal ex), estudante de
jornalismo, falou: isso é kitsch! E, na época, eu talvez tenha soltado algo do
tipo: e o ‘kiko’? Mas perguntei o que significava e ouvi apenas: ‘brega’!
Felizmente eu evoluí, o tal kitsch foi elevado ao status de
cult, moderno, e mais alguns outros adjetivos lisonjeiros, e hoje a estética
kitsch está ainda associada ao exagero, ao
barato, mas longe de se restringir a isso! E está presente em ambientes das
casas mais descoladas (de gente igualmente descolada!) que se apresentam por aí.
Aí, meio que por acaso, também
conheci, lendo esse outro artigo aqui o termo Nomadismo. Uma
tendência que nasceu do fascínio pelos viajantes, tidos como ciganos e ‘últimos
homens livres da era moderna’. Que nada mais é, do que uma mistura livre de
estilos, sem restrições estéticas, num verdadeiro espírito boêmio (na realidade,
o próprio termo ‘boêmia’ originalmente surgiu para designar os membros de tribos nômades,
supostamente originárias da Boêmia – região histórica da Europa Central).
Bem...
acabei achando tudo muito confuso, muitos termos e tudo muito parecido! Kitsch, nomadismo, estilo
boêmio... Mas tudo muito legal, porque não tem regras, não tem feio nem
bonito... Tudo junto, misturado e descombinado. Não é demais?
Aí,
dito tudo isso, vi nessa semana imagens da casa do Rosenbaum no The Selby ...
... e o
apartamento de Diane Von Furstenberg, em Nova York ...
... e a entrevista dela na Casa Vogue (edição abril/2012) onde ela
diz (‘percorrendo os ambientes em um caftan colorido, com um iPad em uma mão e
uma taça de Dom Pérignon na outra’) que o apartamento é apenas uma miscelânea de
todas as coisas que aconteceram ao longo de sua vida. E arremata dizendo: “O
décor é bohème, como eu. Não sou uma bourgeoise – nunca fui, nunca serei.”
Nem eu, Ms Diane! Como creio que nem os leitores deste Pot-pourri.
Assim, sejamos kitsch! Sejamos nômades! Sejamos boêmios! Sejamos livres e sem
rótulos!
Calma aí! Tô me referindo à decoração, ok? Ainda acredito em
todas aquelas regrinhas necessárias à vida em sociedade. ;-)
Ainda:
Ainda:
* Tem o livro do Rosenbaum, Entre sem Bater, sobre a reforma
de sua própria casa. Bem legal!
* Lembra da casa do Philippe Starck, ‘totally kitsch!’ E também
via The Selby?
* As
imagens do apartamento de Diane Von Furstenberg são via Hunt Hunt.
* O termo (do alemão) kitsch, surgiu mesmo para categorizar objetos de valor estético distorcido ou exagerado, considerados “menos elaborados”.
* O termo (do alemão) kitsch, surgiu mesmo para categorizar objetos de valor estético distorcido ou exagerado, considerados “menos elaborados”.
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